domingo, 31 de janeiro de 2010

Isso é Fla x Flu

Não sei nem por onde começar. O que se viu há pouco no Maracanã foi um daqueles jogos para ficar eternizado na memória da torcida, tanto dos vencidos quanto dos vencedores. Parabéns aos 55 mil felizardos que presenciaram esta partida épica, antológica, pois essa já está escrita na pedra, já entrou para os anais do clássico mais importante do país.

O Fluminense (me recuso a chamá-lo de Fluzículo hoje, diante de tão valorosa participação nesta vitória transcedental do Mengão) fez um primeiro tempo quase perfeito. A molecada colocou o Fla na roda de uma maneira constrangedora. Maicon, Alan (craques, esses dois, olho neles) e Julio Cesar fizeram gato e sapato de um Flamengo atônito, batendo cabeça, que não encontrou em nenhum momento um jeito de parar o carrossel tricolor. Até o carniceiro Diguinho, que, por mim, já teria sido banido do futebol, jogou muita bola. A tricolada deitou e rolou, fez três, poderia ter feito outros três e ter descido ao vestiário no intervalo com a partida ganha. Mas não o fez, tomou unzinho de penalty, cobrado de maneira gélida e cerebral pelo Adriano, e a primeira etapa terminou com injustos 3 a 1 para o Flu, pois era pra ter sido de bem mais.

Neste momento, recebo a seguinte mensagem de meu amigo Marcelo (desculpe a indiscrição, camarada, mas é por uma boa causa):

"Vc tá vendo pq eu não queria essa porra? Nem sei o que eu faço com essa merda. Desligo a tv? Foda-se. Vou ver a porra do vexame até o fim. abs.", praguejava ele comigo, pois o convenci semana passada a assinar o pay-per-view.

Esse, com certeza, era o espírito da grande maioria dos rubronegros que acabavam de assistir seu time ser impiedosamente massacrado por um bando de moleques. Não eu. Num inexplicável momento de placidez e clarividência, respondi a meu amigo:

"Calma que ainda tem muito jogo..."

Simples assim. Mal pude acreditar, minutos depois, em como eu estava certo.

Voltando ao Maraca. Naquele momento, era difícil imaginar que alguma coisa pudesse ser feita no vestiário que mudasse aquele cenário de tragédia. Mas uma coisa para mim era certa: o Fierro tinha que sair. Era o pior em campo, e foi uma verdadeira avenida para os velocíssimos meninos do Flu. Era o que eu achava com toda convicção. O Andrade não. Ele deve possuir algum tipo de visão sobrenatural que nós, pobre mortais que não temos seis títulos brasileiros, não temos. O mestre manteve Fierro, tirou Pet (que também estava mal, totalmente fora de jogo), e Fernando, e colocou os dois caras que mudaram a história da partida, Vinícius Pacheco e Willians.

Em oito minutos o jogo já estava empatado. O Flu, seguindo uma longa e asquerosa tradição tricolor, já entrou em campo catimbando e fazendo cera, e foi castigado com dois gols relâmpago que destruíram toda e qualquer auto-estima que houvesse sido contruída com a belíssima atuação do período anterior. A expulsão besta de Álvaro poderia ter acabado com a avassaladora reação do Mengaço. Apenas a refreou. O Fluminense, àquela altura, tinha muito mais perna; Cuca mexia no time colocando mais sangue novo; parecia questão de tempo para o Flu retomar as rédeas da partida e voltar a dominar o placar. Mas aí o Império do Amor decidiu jogar.

Love e Adriano já haviam feito um gol cada. Mas não estavam exatamente brilhando. Foi quando, em dois lances, o Imperador mostrou que estava vivo. Fez uma jogada daquelas de divisão Panzer no meio campo, passou por uns quatro tricolores na base da força e da técnica, levantou a torcida, mas a jogada não teve grandes consequências práticas. Logo em seguida, mesmo dando sinais de cansaço, deu um carrinho na lateral esquerda que impediu um contrataque do Flu e aí incendiou de vez a massa. Foi a senha para Vagner Love acordar e para o Fla definir a partida. Numa jogada impecável, Willians(esse cara não pode ficar fora deste time em hipótese) roubou uma bola, tocou para Love, que, após arrancada fulminante, enfiou limpa para Vinícius Pacheco. O garoto não foi fominha e presenteou Adriano que só completou para a rede. Gol de linha de passe, virada de campeão brasileiro. Isso matou o Fluminense, que dali em diante pouco fez, parecendo antever o pior. Pouco depois, Vinícius Pacheco (o nome do jogo, Andrade vai ter que achar um lugar pra esse rapaz no time) deu um preciso lançamento para Adriano arrancar, e, em jogada de sinuca, tocar milimetricamente no canto direito do goleiro, decretando os 5 a 3 no placar.

Salve o Império do Amor. Que venha o Olaria. Já sinto cheiro de tetra.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Lingerie Day

Se na vida real as coisas não andam muito animadas - só dá tragédia, é enchente, deslizamento, terremoto, Dilma - no mundo virtual ontem a animação era contagiante. O Lingerie Day, evento anual no Twitter se não me engano em sua segunda edição, foi um retumbante sucesso. Um verdadeiro festival de calcinhas, sutiãs, rendinhas, espartilhos, cintas-liga, e, infelizmente, cuecas, para todos os gostos, estilos, taras e fetiches. Acima, na colagem, uma pequenina amostra do que se viu na rede social do passarinho azul. Agora, a pergunta que não quer calar, querido leitor desatento, desavisado ou desajustado que ainda não está no Twitter: o que você está esperando para aderir? É fácil. É rápido. É grátis.

P.S.: Seguindo orientações de meu corpo jurídico, copiei apenas fotos que não permitem uma identificação imediata da retratada. Espero que isso evite constrangimentos como processos por autorização indevida de imagem e/ou maridos/namorados aborrecidos querendo me pegar.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Buck em campanha II

Ainda acometido da grave enfermidade do branco, só me resta repercutir coisas interessantes que os amigos publicam. Diretamente do blog do Tio Zé, mais munição para a artilharia pesada do Esquadrão Anti-Lula:

http://agmilward.wordpress.com/2010/01/28/um-exemplo-lamentavel-tal-pai-tal-filho-os-donos-do-brasil/

Típico caso de filho de peixe.

Receita infalível

Agora, sabedor desta miraculosa fórmula, esse blog decola.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Branco continua

Os dias passam e o branco não me larga. Continuo sem nada interessante para escrever ou publicar aqui. Também, os acontecimentos não me ajudam. Acharam mais um nos escombros no Haiti? Iei, acontece isso há 15 dias consecutivos. São Paulo alagou de novo? Grande novidade. Lula falou merda? Nenhuma que mereça maiores registros. O Mengão? Bem, esse joga hoje, completinho, pela primeira vez no ano. E no Maraca. Talvez isso dê post mais tarde. Pra não dizer que nada de diferente acontece, a Apple está causando furdunço com o lançamento do IPad, o tablet que vai concorrer com o Kindle da Amazon. Nada mais é que um IPhone gigante. O IPhonão, como já carinhosamente apelidaram os tuiteiros brazucas. Só mesmo o Midas Steve Jobs pra fazer mais do mesmo, mais trambolho, mais caro, e ainda assim fazer o maior sucesso e estardalhaço com isso.

Pois tenho dito. Contentem-se por enquanto com esta merreca, e torçam que este branco medonho me abandone o mais rápido possível.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Deu branco

Apesar de a estréia alvissareira de Love no sábado, da tunda desclassificante e histórica que o Foguinho tomou do Asco ontem, do tiro que Cabañas levou na cabeça, e da irresponsável e apocalíptica decisão de Keith Richards em simplesmente parar de beber (aos 66 anos, depois de gigalitros ingeridos, ele descobriu que faz mal??????), serem motivos mais que merecedores de posts e comentários, estou muito sem saco e sem inspiração para fazê-los. Quem sabe mais à noite. Ou amanhã. Ou qualquer dia desses. Continuem aparecendo por aqui de vez em quando, a qualquer momento a inspiração pode voltar e aí rola post novo.

P.S.: Não está me ajudando em nada o fato de eu ter que sair do trabalho hoje e ir direto a uma eletrizante palestra sobre legislação tributária e controle fiscal no varejo. Este tipo de coisa é mais ou menos como fazer doação de medula óssea: pode ser super útil para alguém no futuro, mas vai te doer à beça no presente. Enfim, ossos do ofício, é assim que ganho os parcos caraminguás que me permitem escrever besteiras aqui quando em vez. Quando sair do estado de catatonia em que certamente me encontrarei ao fim do evento, tento voltar aqui para postar algo que valha. Beijos a todos.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Happy friday

Você sabe que está tendo uma boa sexta-feira quando abre o jornal e lê que:

- Lula acusa o golpe, perde a linha, e chama o presidente do maior partido da oposição de babaca em plena reunião ministerial. Sorrio;

- Finalmente uma publicação estrangeira de renome resolve parar de babar o ovo do sapo barbudo e mete a porrada no filme-propaganda "Lula, o FDB". Segundo a Economist, "é bom demais para ser verdade" e "é a história de um garoto pobre que subiu na vida, cujas virtudes foram capturadas em close-up, mas cujos defeitos ficaram na mesa de edição". Gargalho.

- Pra completar, Pet, Adriano, Love e Leo Moura treinam e vão pro jogo amanhã.

Um brinde a tudo isso. Saúde.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Buck em campanha - 1

Anuncio neste momento a criação do braço político deste blog, idealizado e desenvolvido para atuar neste importante ano em que temos a oportunidade única de nos livrarmos do molusco por pelo menos quatro anos. Tendo em vista sua altíssima popularidade, os métodos sórdidos e a total falta de ética da cambada do PT, unidas à refinada educação sorbonnica de nossas oposições que não permite que elas também joguem sujo e se aproveitem dos inúmeros moles que este governo dá, e a despeito de Lula, o FDB, ter arrogantemente escolhido uma candidata com menos carisma do que um cesto de roupa suja, sinto-me na obrigação de, com todas as forças, lutar contra a eleição de Dilma Tumoroussef, e assim afastar, mesmo que parcial e temporariamente, Lula e PT dos meandros do poder. Está lançado, então, o Esquadrão Anti-Lula:

O esquadrão, por enquanto, é composto só de mim mesmo. Mas pretendo arregimentar co-irmãos tão revoltados quanto eu para esta luta feroz. Estou disposto, assim como Dilma fez na luta contra a repressão, a pegar pesado. Esta deixa foi importante para eu esclarecer uma coisa, fortemente aconselhado por meus advogados. A suposta agressividade contida na imagem acima, onde uma foto de Lula e Dilma aparece cravejada de buracos de bala, não expressa, em nenhuma circunstância, a intenção deste blogueiro em verdadeiramente metralhar quem quer que seja, direta ou indiretamente, a não ser com palavras e com repercussão de fatos que achar relevantes. Os buracos de bala são, portanto, metafóricos e meramente ilustrativos, viu, Polícia Federal?

Depois deste breve discurso de inauguração - Lula e Dilma fazem isso o tempo todo, porque eu também não posso? - vamos encarar a labuta que a tarefa é hercúlea. Conforme já havia avisado aqui antes (não estou com saco de procurar os links, quem se interessar que cate nos posts anteriores) não me furtarei a divulgar qualquer coisa que possa atacar esta candidatura maligna e o projeto fascista de poder do PT, mesmo que não tenha certeza da fidedignidade da informação. Não sou jornalista, não ganho dinheiro neste blog, não tenho tempo nem obrigação de ficar verificando veracidade de informação. Se é contra o Lula, meto aqui. Se chegar informação que desminta o que publiquei, farei retratação no mesmo post.

Estreio esta seção com a reprodução de um e-mail que recebi agora há pouco:

"Vejam o que aconteceu no Ceará, quando tentaram empregar algumas costureiras...

Curso para 500 mulheres. Alguém tinha alguma dúvida de que isso iria acontecer? Como o setor têxtil é de vital importância para a economia do Ceará, a demanda por mão de obra na indústria têxtil é imensa e precisa ser constantemente formada e preparada. Diante disso, o Sinditêxtil fechou um acordo com o Governo para coordenar um curso de formação de costureiras.O governo exigiu que o curso deveria atender a um grupo de 500 mulheres que recebem o Bolsa Família. De novo: só para aquelas que recebem o Bolsa Família. O importante acordo foi fechado dentro das seguintes atribuições: o Governo entrou com o recurso; o Senai com a formação das costureiras, através de um curso de 120 horas/aula; e o Sinditêxtil, com o compromisso de enviar o cadastro das formandas às inúmeras indústrias do setor, que dariam emprego às novas costureiras. Pela carência de mão obra, a ideia não poderia ser melhor. Pois é... Pois bem. O curso foi concluído recentemente e, com isso, os cadastros das costureiras formadas foram enviados para as empresas, que se prontificaram em fazer as contratações. E foi nessa hora que a porca torceu o rabo, gente. Anotem aí: o número de contratações foi ZERO. Entenderam bem? ZERO, gente! Enquanto ouvia o relato, até imaginei que o número poderia ser baixo, mas o fato é que não houve uma contratação sequer. ZERO. Sem qualquer exagero. O motivo? Simples, embora triste e muito lamentável, como afirma com dó, o diretor do Sinditêxtil. Todas as costureiras, por estarem incluídas no Bolsa Família, se negaram a trabalhar com carteira assinada. Para todas as 500 costureiras que fizeram o curso, o Bolsa Família é um beneficio que não pode ser perdido. É para sempre. Nenhuma admite perder o subsidio: SEM NEGÓCIO. Repito: de forma uníssona, a condição imposta pelas 500 formandas é de que não se negocia a perda do Bolsa Família. Para trabalhar como costureira, só recebendo por fora, na informalidade. Como as empresas se negaram, nenhuma costureira foi aproveitada."

Me parece o retrato fiel do maior patrimônio eleitoral do Molusco-Mor. O Bolsa-Família, que, sejemos justos, nem é idéia original deste governo, já que é cópia agigantada e transmorfa dos programas sociais da falecida Ruth Cardoso, é aquele remédio paliativo que alivia os sintomas, mas deixa a doença incólume. Ou seja, o paciente nem nota, mas está morrendo, e nem sequer é aos poucos. Mas, como dizem os pessimistas, no momento em que se nasce, tecnicamente, já estamos morrendo. Sendo assim, Lula estaria apenas acelerando um processo mais do que natural.

Até a próxima ação do Esquadrão Anti-Lula. Estaremos à espreita, vigilantes, e à qualquer momento podemos voltar com mais eletrizantes ataques contra o simpático casal da foto acima. Quem quiser juntar-se a esta inglória porém digna cruzada, pode copiar a imagem acima à vontade. Se me derem o devido crédito, agradeço. Abraços a todos.

P.S.: A julgar pela dura nota que o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, soltou para rebater as canalhices que a candidata-pinóquio Dilma anda soltando por aí, não estou sozinho nesta história de bater forte nesta corja. Íntegra da nota aqui.

P.S.2: Como o assunto aqui é enfiar a porrada em Lula e sua corriola, que tal uma visitinha no blog do Tio Dé? O cara gosta tanto dessa rapaziada quanto eu. Vide os comentários solidários que ele sempre me envia aqui no LavAVal.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Lula, o Mico do Brasil

A cinebio do nosso cultuado presidente molusco foi assistida até agora por 650 mil desequil... oops, quer dizer, espectadores. Seria um número até respeitável. Só que nuncanahistoriadestepais um filme custou tanto dinheiro, e as expectativas mais modestas de produtores e marketeiros do governo falavam em dois milhões de espectadores só nos cinemas, sem contar todas as exibições gratuitas que reunirão pé-rapados e usuários do Bolsa-Família em cada recôndito recanto deste país ao longo do ano, tudo financiado vocês sabem muito bem por quem: nós. Não consigo disfarçar minha felicidade em relação ao fraco desempenho de bilheteria desta magnífica obra de cinema-propaganda. Enquanto há vida, há esperança.

Guitars for dummies

Guitarra digital não tem cordas
O designer e engenheiro de softwares australiano que se chama apenas por Michael criou e acaba de patentear a Misa Digital Guitar. Trata-se de uma guitarra que não possui cordas, e é tocada pela tela de toques que existe no corpo da guitarra, enquanto o guitarrista digital monta os acordes no braço. A principal ideia é que, pela mão direita, o músico controle o som de forma geral, como volume e agressividade da palhetada virtual
Agora eu aprendo a tocar essa pôrra. Vou começar treinando em Guitar Hero e Rock Band, e quando estiver afiado passo pra essa bichinha. Te cuida, Clapton.

Mente poluída?

Você é o diretor de marketing de uma enorme empresa. Não tem obrigação nenhuma de aprovar todas as peças publicitárias que ela faz, pois o volume seria gigantesco, e você acabaria negligenciando sua principal atribuição que é pensar estrategicamente no posicionamento da companhia perante seu mercado. Aí, um dia, você faz uma visita a uma loja do grupo e se depara com o seguinte encarte de propaganda:

O que você faz com seu inocente gerente de marketing?

1) Chama ele para uma conversa e tenta lhe explicar que o mundo não é cor-de-rosa e que existem pessoas maldosas nele habitando;
2) Demite-o sumariamente e o denuncia à polícia por pedofilia;
3) Não faz nada porque não viu problema nenhum no encarte;
4) Pergunta a ele se está com o fim-de-semana livre, pois precisa de alguém para tomar conta de suas duas filhas pequenas enquanto você faz uma viagem.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Globos dourados

E ontem também teve entrega dos Golden Globe para os melhores do cinema e da tevê americanas. Repetirei aborrecidamente aqui o que TODAS as publicações falam: sim, é considerada a maior prévia para o Oscar. Sendo assim, preparem-se para uma overdose de Avatar. Levou melhor diretor e filme, e deve levar um belo punhado de categorias técnicas. Como Jim Cameron é um cara legal e metade do filme dele é em animação, os prêmios de atuação ele gentilmente deixou que fossem distribuídos entre os pobres concorrentes restantes. Ontem, as premiações foram totalmente óbvias e esperadas. Eu e Rubens Ewald Filho acertamos quase todas, é só conferir na minha "transmissão" pelo Twitter. Avatar, Cameron, Meryl Streep, Sandra Bullock, Hangover, Glee, Cristoph Waltz, Robert Downey Jr, Alec Baldwin, era tudo pule de dez, e todas mais do que merecidas. Me surpreenderam um pouco as premiações de Jeff Bridges, Kevin Bacon(????) e Drew Barrymore, mas amo os três, então está tudo certo. O destaque negativo veio para a total ausência de prêmios para True Blood, Two and a Half Men e The Big Bang Theory, minhas séries prediletas atualmente. Mad Men, que ganhou melhor série dramática (de novo), acho chatíssima, já tentei ver e não consigo engolir. Glee, que levou a de melhor série cômica, era favorita, já passa no Brasil, mas esta história de ser musicada, sei lá, tenho um certo preconceito. Juro me redimir e tentar assistir em alguma oportunidade.

Mas o que mais me chamou atenção na noite de ontem foi o que chamei no Twitter de Maravilhas da Medicina Moderna. Provectas senhoras, já em idade de se dedicar ao tricô e às palavras cruzadas, apareceram no palco enxutíssimas, como se tivessem sido tratadas digitalmente pela equipe de James Cameron em Avatar. Será que já conseguem usar Photoshop em transmissões ao vivo? Cher parecia mãe de Cristina Aguilera, quando na verdade tem idade de ser sua bisavó. Helen Mirren estava quase tão deslumbrante quanto da primeira vez que a vi, em Excalibur, quase trinta anos atrás. E muito mais chique e classuda, é bom que se diga. E os peitos de Sophia Loren, que, aos 328 anos, ainda conseguem chegar meia hora antes dela nos lugares? Neste caso, congratulações também ao estilista/figurinista que escolheu vestido e soutien; eles, juntos, fizeram às vezes de uma verdadeira obra de engenharia, tal o peso que precisaram ser capazes de sustentar.

Agora é aguardar o Oscar. Que só não se promete mais previsível porque teremos a a dupla Alec Baldwin e Steve Martin dividindo a apresentação do evento. Garantia de muitas risadas, e de zoação generalizada e de boa qualidade.

A volta do futebol (finalmente!)

Ainda um pouco mexido com tristes acontecimentos ocorridos quinta e sexta passadas, e após um programado fim-de-semana off-line, retorno retomando um assunto que é muito caro a este blogueiro, e que já vinha fazendo uma falta quase insuportável: o futebol, e mais em especial, o Mengão.

O primeiro fim-de-semana futebolístico da temporada é sempre meio esquisito. É muita bola sendo maltratada pra muita vontade de ver a bola sendo bem tratada. Os atletas estão longe da melhor forma, os times ainda desentrosados, a maioria dos reforços ainda estão ausentes, fica difícil achar algum jogo que realmente preste. A torcida, ao contrário, está em cima dos cascos: encontra-se ávida, sedenta, praticamente em cólicas, desesperada por ver a bola rolar. Talvez por isso nós, tarados por futebol, consigamos encontrar genuína emoção neste emaranhado de peladas que pululam Brasilzão varonil afora.

Só vi dois jogos, sendo um meio que pela metade, neste finde. Fla x Caxias, claro, e Fluzículo x Americano. O Flu saiu-se bem melhor, passou uma descompostura no Mecanão de Campos sem dó nem piedade por três a zero, e só não deu de mais por que teve humildade em gol, como diria Jorge Benjor. Certamente poupou-se para o próximo embate contra o Bangu. Surge para mim como um fortíssimo candidato à esta Taça Guanabara: a base e o treinador foram mantidos, o time está bem montado, os reforços foram bons e já entraram jogando (destaque para este Julio César, lateral esquerdo que veio do Goiás, que é muito bola), e o time vem embalado pela campanha mágica que salvou o clube do rebaixamento no Brasileirão, dado como certo por onze entre dez analistas do ramo.

Já o Mengão cumpriu uma rotina que só surpreende a neófitos ou incautos desacostumados com os procedimentos e história rubronegras. Passamos um sufoco danado para vencer, de virada, na base da vontade, e com gol de estreante de segundo escalão, o bom time do Duque de Caxias. Quero lembrar aos desmemoriados que este mesmo Caxias cumpriu campeonato exemplar na Segundona do Brasileirão no semestre passado, terminando num honroso oitavo lugar. Estava longe, portanto, de ser uma galinha morta. E o Fla estava mais desfalcado que supermercado no Haiti. Logo, este 3 a 2, com um a menos em campo, pode ser considerado um ótimo augúrio para a temporada que se inicia. O jogo mesmo foi uma pelada safada, como era de se esperar. A presença de Leo Medeiros e Erick Flores em campo tornava impossível que qualquer coisa de alguma qualidade pudesse surgir. O primeiro tempo foi horroroso, e o Caxias só não saiu ganhando de mais, honestamente, sei lá porque. Na segunda etapa, Andrade, o melhor do Fla ontem, mexeu no time quase que cirurgicamente, diria eu com alguns toques de magia negra (e rubra). O time acordou para a vida e virou a partida em sete minutos. Jogava tão fácil que achei que ia ser de quatro ou cinco no mínimo. Foi quando Álvaro, para evitar gol certo deste tal Marcelo (provavelmente seria o septuagésimo oitavo gol dele contra a gente, o Fla deveria contratá-lo de forma vitalícia para que ele não pudesse mais jogar até passar desta para pior), passou o rodo no algoz e foi merecidamente enviado mais cedo para o chuveiro. A partir daí foi sufoco em cima de sufoco, gol de empate, e quando achávamos que a revirada era certa, o Fla acha um gol de cabeça, bonito por sinal, do estreante Fernando, cuja maior referência no currículo é ser irmão do amalucado mas talentoso meia Carlos Alberto, ex-Flu atual Asco da Gama. Daí pra frente foi só sofrer mais uns treze minutos e correr pro abraço. Mais Flamengo impossível. Quarta tem Adriano (se a bolha assassina deixar, e se nenhum parente ou amigo da Vila Cruzeiro fizer aniversário, bodas ou batizar alguém) e Vagner Love (se a burocracia deixar). E a volta de Angelim. Se cuida, Voltaço.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Muita areia para um caminhãozinho nerd

Leonard que me desculpe, tenho por ele o maior apreço e admiração, mas só mesmo numa obra de ficção um nerd como ele conseguiria pegar um monumento escultural como esse aí em cima. Vida eterna para "The Big Bang Theory" e sua musa espetacular.

Foi bom enquanto durou

Agora sim 2010 começou à vera. Retorno à labuta já com um caminhão de coisas a resolver. Como é bom sentir-me útil novamente...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Menos de 40 horas de férias

Tira a gravata que eu não uso e põe mais barriga nesse cara que a ilustração acima define bem o que foram minhas férias. Espera aí. Senti falta também do controle remoto.

Farei um breve resumo deste período até o momento:

Filmes em DVD: 8
Filmes no cinema: 2
Livros: 1/2
Revistas: 6
Garrafas de cerveja: quando o computador da Nasa acabar o processamento aviso a vocês
Garrafas de uísque: 5
Garrafas de vodka: Esqueci
Refeições saudáveis: zero
Sexo: quantidade, boa, qualidade, ótima
Drogas: menos que o suficiente
Rock'n'roll: todo dia
Fatos relevantes: Avatar e HD TV
Pontos negativos: o calor filho-da-puta, a falta de futebol e a quebra do meu Blackberry (snif)

Nota final: 7,8

Prometo melhorar da próxima vez.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Férias: antepenúltimo dia

Eu sei que tudo que é bom dura pouco, mas assim também é ridículo. Mal iniciei o processo de descompressão do trabalho e já está quase na hora de voltar. Assim, no ocaso de meu merecido descanso, resolvi fazer alguma coisa interessante da minha segunda-feira. "Sherlock Holmes" me pareceu boa opção.

Saí de casa um pouco mais cedo para dar tempo de tomar o protocolar chopp no Belmonte antes de entrar no cinema. Já na pista para pegar o táxi, vi que esqueci de colocar o relógio. Olhei para a imensa calçada que me separava do meu prédio, pensei no elevador que teria que esperar chegar, no corredor até a porta, no longo caminho até o quarto, etc, e tudo isso me deu uma preguiça enorrrrme de voltar em casa. Tomei todo este processo como um sinal dos céus de que deveria comprar um relógio novo, imediatamente. Sim, este é exatamente o tipo de desprezo e descaso que tenho com meu parco dinheirinho. Decidi, então, ir caminhando até o cinema - uns doze quarteirões num escaldante sol de 35 graus, não sei onde estava com a cabeça - e dar uma olhada nas lojas para ver se achava um reloginho com a minha cara. Descobri uma coisa interessante. Sapatos fazem muito mais sucesso que relógios. No caminho me deparei com umas 73 lojas de sapatos, a maioria coalhada de consumidores ávidos a utilizar seu cartão de crédito. Lojas que vendem relógios, se encontrei cinco foi muito. E com uma preocupante presença de teias de aranha nas vitrines. Percebi claramente que em Copacabana ninguém mais está interessado em ver as horas. Ou pelo menos em ver as horas com o mínimo de estilo.

Toda esta busca vã pelo meu mais novo símbolo de status e consumismo me fez chegar "apenas" meia hora antes na bilheteria do cinema. Digo apenas porque ir ao cinema hoje em dia deixou de ser um processo simples como era antigamente. Algumas coisas contribuíram decisivamente para isso. Em especial esse ridículo procedimento de lugares marcados para sentar. Uma das coisas mais saudáveis e emocionantes de ir ao cinema era descobrir onde sentar. E depois mudar de lugar na hora em que bem quisesse se alguém muito espaçoso, chato, malcheiroso ou criança sentasse a seu lado. Pois isso tudo acabou. A gente tem que escolher com antecedência onde vai sentar. Isso elevou a categoria da fila do cinema ao mesmo patamar de bancos e agências do INSS. O processo de decidir onde sentar pode parecer simples a você, homem, classe média, nivel sócio-cultural mediano, razoavelmente bem alimentado na infância. Mas se você é uma mulher, classe média alta, com mais de sessenta anos, decidir onde sentar é tão difícil e merecedor de ponderação quanto escolher o cirurgião plástico de sua próxima lipoaspiração. E assim, filas do cinema andam na inversa proporção da quantidade de velhinhas endinheiradas nela contidas. O fato é que, contando a fila para comprar ingresso e a fila para comprar um refrigerante - velhinhas comprando e tentando carregar combos de refri e pipoca merecem um capítulo à parte, tratarei deste hilário momento circense em outra ocasião - entrei na sala em cima da hora da sessão. Fui contemplado com duas agradáveis companhias femininas dos dois lados. Simpáticas, silenciosas, e de gestos contidos. O melhor tipo de vizinho de cadeira. Com este talento, deviam alugar sua companhia para caras pentelhos como eu poderem ir ao cinema com uma garantia mínima de qualidade. Iam ganhar um troco.

E "Sherlock"? Mal 2010 começou e já ganhamos um forte candidato a melhor filme do ano. Mas e Avatar, perguntaria você, leitor atento do meu blog que lembrou que babei neste filme alguns post abaixo? Eu só o vi em 2010, mas Avatar tecnicamente é de 2009. Então não conta. O "Sherlock" do ex-marido da Madonna, Guy Ritchie, é ótimo. Eletrizante, divertido, e muito bem feito, me lembrou muito os filmes da série "Máquina Mortífera", repetido a clássica fórmula da dupla de detetives diferentes que se completam. Downey Jr e Law estão perfeitos em seus papéis, e a química entre os dois é tão forte que beira o homossexualismo. Ambos têm um interesse romântico no filme, mas a ligação entre os dois deixam as meninas em claro segundo plano. Um vilão bacana e uma história que mistura magia e corrupção completam o competente quadro. E a presença camuflada, depois estratégica e despretensiosamente relevada, do arquinimigo histórico de Holmes nos livros, o Professor Moriarty, quase nos garante uma continuação. Ainda bem. Nasce uma nova franquia de sucesso.

Nuncaantesnahistoriadestepaiz houve evento como este

Há 25 anos, no distante 11 de janeiro de 1985, a esta mesma hora, quase meio-dia, eu me preparava, em estado de completa euforia e expectativa, para ir a um lugar do qual jamais me esqueceria. Estava no quartel, havia acabado de tirar serviço. Coturno, calça de campanha, camisa de malha Hering, cabelo e barba de dois dias, lá fui eu pegar o busum para me dirigir à Cidade do Rock. Havia finalmente chegado o dia que esperava há meses, desde que foi divulgado que, pela primeira vez na história, um festival de rock de primeira grandeza aconteceria aqui por estas bandas. Na porta do meu armário, no vestiário do quartel, havia um enorme poster-calendário, com um grande "EU VOU" no título e abaixo uma contagem regressiva dos últimos trinta dias que antecediam o "hoje". Pouco importava quem ia se apresentar mais à noite. A cidade respirava o festival, a impressão que tínhamos é que todo mundo ia estar lá. Mas a noite era sim, de gala. Hoje era dia de, simplesmente, Queen e Iron Maiden. E de quebra, dos desconhecidos Whitesnake, para muitos a grande surpresa do festival, e que passou, depois desta noite, a contar com uma legião de fanáticos seguidores por aqui, incluso nisto este blogueiro que vos escreve. Neste primeiro dia a Cidade do Rock ainda não havia virado o lendário mar de lama. Fazia um céu de brigadeiro, e o calor ardentemente carioca só podia ser parcialmente amenizado após muitos copos de Malt 90 (mais conhecida por nós como "malte nojenta"), "cerveja" oficial do evento. A primeira de minhas cinco chegadas ao complexo roqueiro é uma imagem que jamais sairá da memória. Um rio de gente bonita, sorridente, feliz, ordeira, caminhava em absoluto deslumbramento pela rua de terra que nos levava aos portões da Cidade. A primeira visão das estruturas era impressionante, o impacto emocional e visual nos deixava atordoados. Ao me aproximar das roletas, comecei a ouvir os acordes daquele hino que já sabia de cor, que me embalou pelos dez dias que seguiram, e que me emociona até hoje, toda vez que o ouço. "Todos numa direção, uma só voz, uma canção...". Foda. Passando as roletas, mais um choque: a apoteótica visão daquele inacreditável palco, coisa nunca vista antes, nem parecido, por aqui. Fiquei assombrado, me lembro de ter começado a tremer de nervoso. Isso por que eu ia só assistir. Imaginem o estado dos brazucas que iam ter que subir naquele monstro e defender as cores do rock pátrio em frente àquelas quatrocentas mil pessoas. E, lembrem, alguns deles eram praticamente da minha idade, e há bem pouco estavam, como eu, do lado de cá do palco.

O resto todo mundo já sabe e está aí, para quem quiser conhecer ou relembrar, em qualquer livro de história que se preze. Fiquem agora com um momento único, retrato absoluto e fiel de uma época, e em especial deste dia inesquecível, glorioso, um dos mais importantes da minha vida. A abertura oficial do festival, na transmissão da Rede Globo. Não se acanhem. Deixem as lágrimas descerem sem culpa.

Boneca inflável 2.0

Primeiro "robô do sexo" é exibido em feira adulta nos EUA
Roxxxy TrueCompanion é a primeira robô com inteligência artificial que pode fazer sexo com seu usuário e, a quem ela conhece pelo nome. Se tocada, dependendo do perfil feminino escolhido por seu dono, ela pode até ter um orgasmo, graças a sensores espalhados por seu corpo. A "primeira robô do sexo" pode conversar, ouvir, falar, sentir o seu toque e até ser sua amiga e companheira. O projeto, desenvolvido pela True Companion, foi criado por Douglas Hines, um ex-pesquisador do Bell Labs que vem trabalhando em com conceitos de inteligência artificial desde 1993. Roxxxy foi desenvolvida e aprimorada nos últimos dois anos e meio. Segundo a fabricante, existem cinco perfis de personalidade para Roxxxy: Frigid Farrah (tímida e reservada), Wild Wendy (aventureira), S&M Susan (sadomasoquista), Young (garota de 18 anos) e Mature Martha (que vai "te ensinar" algumas coisas). Novos perfis, entretanto, poderão ser criados e compartilhados online, em uma rede social a ser lançada.

Esta notícia me remete a um passado remoto, mas, pelo visto, visionário. Os mais provectos, como eu, devem lembrar de um filminho de ação erótico-futurista que fez relativo sucesso no fim dos 80, estrelado pela então gostosíssima Melanie Griffith, chamado Cherry 2000. Nesta sci-fi, mulheres haviam sido parcialmente substituídas (cuidado, meninas, vocês podem estar fazendo algo errado) por réplicas cibernéticas perfeitas, cujas personalidades, dotes físicos e habilidades pessoais e sexuais eram inteiramente moldadas pelos seus donos. O modelo Cherry 2000 era a top de linha, o estado da arte destas robôs-escravas do lar. Será Roxxxy uma primeira versão de Cherry?

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Cariocão 2010

Mais dez dias e a bola finalmente volta a rolar. Minha síndrome de abstinência futebolística só não está incontrolável porque ando ocupando meu tempo com outras distrações, tipo férias, tevê HD e otras cositas más. Mas o campeonato mais charmoso (olhem pra foto acima, alguma dúvida sobre isso?) do Brasil está chegando, e cheio de atrações. Com ou sem Love, pra cima deles, Mengão.

Dia 3 - Avatar

Este álbum aí em cima, "Yessongs", foi um dos meus favoritos na adolescência. Sempre me referi a ele como "um baseado sonoro". Escutá-lo para mim era o equivalente a fumar um senhor beck. Fumar um, escutando-o, essa, então, era uma experiência quase transcedental. O tempo passou, o rock progressivo tornou-se apenas uma referência musical arqueológica. Ontem vi Avatar, em 3D. Senti-me ouvindo "Yessongs" novamente. E não falo somente de uma sensação "espiritual". As referências visuais de Avatar remetem diretamente aos trabalhos de Roger Dean, artista viajandão que desenhava as psicodélicas capas do Yes, tipo as da composição apresentada acima (capa, contracapa, e ilustrações internas deste memorável album triplo). Não sei se James Cameron é um fã do Yes. Talvez Roger Dean tenha até participado da concepção visual do filme, o cara está por aí, vivão, pelo que me conste. Se não participou, devia pensar seriamente em morder um capilé do Jim Cameron, acho difícil que esta identificação de estilos tenha sido mera coincidência.
Falando agora especificamente de Avatar. É, definitivamente, um trabalho de James Cameron. Impressionante, grandioso, visualmente belíssimo. Como cinema, avaliando roteiro, direção, atuações, estes "meros" detalhes que compõem um filme, dou nota 8 pra ele. É um bom filme. Como experiência cinematográfica, dou 10, com louvor e menção honrosa. Avatar é espantoso. Inacreditável. Inesquecível. É um marco na história do cinema no que diz respeito a efeitos visuais. Esta nova tecnologia 3D é espetacular. Fiquei assombrado em várias cenas. Num dado momento, parecia que as brasas e as cinzas do fogo que crepitava na tela estavam à minha volta, e se eu estendesse as mãos poderia senti-las. O universo "rogerdeaneano" criado por Cameron é tão crível e maravilhoso que se ele colocasse a venda pacotes de viagem para conhecer Pandora um monte de trouxa ia cair nessa.
Um amigo meu havia me aconselhado a, antes de ver Avatar, fumar unzinho (ou melhor, unzão). Pena que não segui tão sábio aviso. Teria sido uma viagem muito mais louca, realmente. Acho até que vou fazer isso, e levar o IPod carregado de "Yessongs". Meu avatar vai flutuar na cadeira do cinema.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Férias: Day 2

A NET demorou três horas e meia para instalar a porra da HD aqui em casa. Fiquei muito puto, toda a boa impressão que me causaram no pronto atendimento do sábado foi pro cacete. Mas que a HD é foda de maneira é, em especial o Multishow (relevo o show do Barry Manilow que eles programaram ontem em um dado momento). Lá pelo meio da tarde, um fato extremamente desagradável - meu BlackBerrry sofreu algum tipo de doença degenerativa. Ele vive, parece consciente, mas não é capaz de realizar nenhum movimento. Eu recebo ligações, e-mails e mensagens, mas não consigo acessá-las. Eu vejo ele tocando, apitando, clamando por minha atenção, e não posso fazer nada. É tudo muito triste, em especial tendo em vista o nível de envolvimento emocional que alcancei nos últimos meses em que convivi com este aparelhinho. Com muito pesar coloquei-o em estado de coma induzido, e hoje mesmo irei encaminhá-lo para tratamento em São Paulo. A SIMM, fabricante do viciante bichinho, por telefone, me garantiu entregá-lo de volta em ótimas condições de saúde em breve. A conferir. No fim do dia, para diminuir as tensões, fumei uma carteira inteira de cubanitos Partagas com dois bons amigos e um punhado de brejas honestamente geladas. Emoções demais para um segundo dia em que deveria estar em profundo estado de relaxamento. Fica pra hoje, quem sabe. Neste momento, assisto a ótima bandinha curitibana Copacabana Club e sua ultrafofa vocalista Caca V dando uma bela canja no programa Experimente, do Globosat HD. A vida sabe ser bela quando quer.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Férias: Primeiro dia

Me fodi hoje a tarde inteira montando esse troço aí da foto. Funcionou, mas tô podraço. Se tivesse no trabalho, estaria menos cansado e estressado. Amanhã pretendo coçar o saco até ele ficar inflamado.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Grande começo

E o excelente início de ano não é que continua? Cheguei em casa, e fui surpreendido com um pequeno distúrbio em meu sinal da Net. A cada dez minutos, o sinal congelava, durante uns breves vinte segundos. Bem chato, não? Ao longo do dia, isso aconteceu em vários momentos interessantes da programação. Muitos considerariam isso um seríssimo aborrecimento de início de ano. Não eu, no auge do meu bom humor. Liguei para a Net, com poucas esperanças de que o probleminha fosse solucionado com rapidez. Não foi fácil contactar a Net. Tentei quatro vezes. Tive que digitar o código de cliente quatro vezes, e só quem tem Net, e bebe, e não exatamente enxerga bem, sabe quanto isso é difícil fazê-lo em um telefone celular. Descobri, quando finalmente fui atendido, que as linhas estavam congestionadas. Parece que algo sério ocorreu com vários decoders da NET cidade afora. Culpa da Light, disseram eles. Malditos apagões. O fato alvissareiro é que liguei para a Net às 20:30h reportando o meu problema. A atendente me disse que entre 21 e 23h eu receberia a visita de um técnico que solucionaria meu problema. É claro que não acreditei. Ignorei totalmente a informação, desci até minha locadora e muni-me de vários filmes, prevendo uma longa ausência da minha tevê a cabo. Dentre eles, peguei "Gamer".

Why the fuck este filme não fez sucesso por aqui???? É "Rollerball" e "O Sobrevivente", juntos, compilados para o século XXI, ainda por cima estrelado por um cara cheio de carisma e talento, Gerard Butler!! Filme-pipoca da maior competência, que ainda conta com a presença do astro de "Dexter", Michael C. Hall, como o detestável vilão da parada, uma espécie de Bill Gates do mal. Estava eu divertindo-me à balde em minha cama, vendo o filme, quando o interfone tocou. Quem era? A Net.
Impressionante. Exatas uma hora e meia depois do meu telefonema reclamatório chegou em minha casa um educadíssimo rapaz uniformizado de Net perguntando qual era meu problema. Estupefato, contei-lhe. Em não mais de cinco minutos, ele testou o sinal da minha tevê à cabo, descobriu o problema, trocou o decoder, e foi-se, como num passe de mágica. Jamais, emtodahistoriadestepaiz, fui tão bem atendido por um serviço público/privado. Meu ano inicia-se de maneira surpreendente. Viva 2010.

Cabalístico

Ouvi esta semana de uma entendida no riscado que a resultante numerológica do nome André Buck é sete. Sempre simpatizei com o número sete. Lamento até hoje a extinção dos pontas-direitas clássicos no futebol moderno. Qual não foi minha surpresa quando vi, no arquivo de posts, no canto esquerdo deste blog, a quantidade de vezes que postei no LavAVal no ano de 2009: exatamente 700. Tomara seja prenúncio de um grande ano para este blog e para o cara que o escreve.

Eu já sabia

Dando uma baixa em minha caixa de e-mails me deparei com um muito interessante, enviado por meu amigo Mauricinho(que aliás faz aniversário amanhã, parabéns garoto, estaremos lá no Diagonal vibrando), cuja procedência original ele não informa, mas que é tão relevante que publicarei-o aqui, na íntegra, como um serviço de utilidade pública à mulheres de todas as idades. Segue:

Psicóloga defende infidelidade masculina no casamento
Uma das mais famosas psicólogas francesas causou polêmica ao defender, em um livro recém-lançado, que a infidelidade masculina é boa para o casamento. No livro "Les hommes, l'amour, la fidélité" ("Os homens, o amor, a fidelidade"), Maryse Vaillant diz que a maioria dos homens precisa de "seu próprio espaço" e que para eles "a infidelidade é quase inevitável". Segundo a autora, as mulheres podem ter uma experiência "libertadora" ao aceitarem que "os pactos de fidelidade não são naturais, mas culturais" e que a infidelidade é "essencial para o funcionamento psíquico" de muitos homens que não deixam por isso de amar suas mulheres. Para Vaillant, divorciada há 20 anos, seu livro tem o objetivo de "resgatar a infidelidade". Segundo ela, 39% dos homens franceses foram infiéis às mulheres em algum momento de suas vidas. "A maioria dos homens não faz isso por não amar mais suas mulheres. Pelo contrário, eles simplesmente precisam de um espaço próprio", diz a psicóloga. "Para esses homens, que são na verdade profundamente monógamos, a infidelidade é quase inevitável", afirma. Para Vaillant, os homens que não têm casos extraconjugais podem ter "uma fraqueza de caráter". "Eles são normalmente homens cujo pai era fisicamente ou moralmente ausente. Esses homens têm uma visão completamente idealizada da figura do pai e da função paternal. Eles não têm flexibilidade e são prisioneiros de uma imagem idealizada das funções do homem", afirma ela.

O que esta profissional exemplar, profunda conhecedora do comportamento humano, escreveu em seu livro, tenho dito repetidas vezes há anos, em termos mais leigos e mundanos, naturalmente. É tão incrivelmente verdadeiro o que ela fala que tenho a nítida impressão que Maryse Valliant trata-se de um pseudônimo de algum bom filho-da-puta pegador, casado, frequentador do Montmartre.

Inaugurando 2010

Volto ao bloguinho depois dos festejos da passagem de ano. Contrariando todas as sombrias previsões, o réveillon no Rio foi de almanaque, com direito a lua azul e estrelas no céu. O foguetório, visto por trás das balsas, fica ainda mais impressionante, muito pelo luxuoso auxílio da estonteante vista da orla de Copacabana. A chuva, para infortúnio dos habitantes de Angra, nos deixou e foi dar as caras dia 31 por lá. Toda nossa solidariedade às vítimas desta tragédia. Mas LavAVal é um blog alto astral, deixemos o tom pesaroso e lacrimogêneo para os telejornais.

Após o réveillon, me internei numa espécie de spa onde passei as últimas 30 horas em intensa atividade física e alimentando-me exiguamente. Lá, pude observar algumas coisas muito interessantes e pitorescas que podem resultar da união entre a arquitetura criativa e a engenharia de resultados.

É senso comum que, na comparação entre apartamentos contruídos nos últimos dez anos, e aqueles situados em prédios de trinta, quarenta anos, o nível de privacidade caiu muito. A otimização de recursos, as novas tecnologias e técnicas de construção e aproveitamento de espaços definiram um novo conceito sobre vizinhança. No local onde moro, por exemplo, as paredes parecem ser feitas de concreto armado revestidos com chumbo. Nenhuma onda sonora é capaz de atravessá-la. Se não houvesse janelas, o silêncio em meu quarto poderia ser comparado ao de um mosteiro no Tibet.

Já nestas novas construções esta coisa chamada parede parece ter sido totalmente repensada. Em algum dado momento, talvez inspirados no mundo fashion, arquitetos e engenheiros resolveram que magro é o novo sólido, e as paredes tornaram-se muito semelhantes à suas bulímicas primas vulgarmente conhecidas como divisórias. Adicione a isto um projeto revolucionário onde um quarto de um apartamento divide "parede" com a cozinha de outro, e o resultado é tão surrealista que parece ter saído de um filme de Buñuel ou David Linch.

Fui informado que aquela tênue coisa branca que divide os dois vizinhos foi construída da seguinte maneira, da ordem do quarto de cá para a cozinha de lá: tinta, massa, cimento e tijolo, espaço oco, tijolo e cimento, massa, e tinta. Este singelo detalhe do espaço oco entre "paredes" não apenas permite que o som as atravesse com mais facilidade. Ele na verdade as transforma numa fantástica caixa de ressonância e propagação. Se tivessem sido projetadas pela Bose ou JBL não seriam mais potentes. Isso transforma o simples ato de tentar dormir ali numa coisa única, inesquecível, e com incrível riqueza de detalhes sonoros.

Você acha que um copo colocado numa bancada, um microondas sendo programado e acionado, ou uma torneira sendo aberta constituam-se em barulhos extremamente incômodos? Não, quando se está do lado de lá da caixa de ressonância. Do lado de cá, praticamente pude ver a cor dos pratos que estavam sendo lavados, e para quanto tempo foi ajustado o timer do forno de microondas. Me senti como o herói cego Demolidor, cuja superaudição permitia a ele "ver" as pessoas quando tocadas pelas gotas de chuva. Num dado momento, lá pelas quatro da manhã, alguém deixou cair, fortuitamente, um talher na pia. Deve ter sido uma colher de café, ou algo do gênero: mas a impressão que tive foi que haviam marretado um gongo bem no pé do meu ouvido.

Esta fantástica experiência audiofônica só ajudou meu início de ano a tornar-se ainda mais especial. Estou muito bem humorado. E de férias, acreditem se quiser. O mundo se descortina à minha frente. São tantos livros a ler, filmes a assistir. Difícil decidir por onde começar. Tão difícil, que decidi não decidir nada agora. Vou dormir, no silêncio do meu mosteiro tibetano. Feliz 2010 a todos.