Será que é a última dele no ano?

Nenhum poço é suficientemente profundo para o presidente molusco.

Vocês já viram o novo comercial do Bolsa Família? Se não viram, eu conto.

Dona Irani (acho que é esse o nome), humilde lavradora de algum humilde recanto de nosso humilde mas valente país, assoberbada que estava na árdua missão de cuidar de seus doze filhos em idade escolar, não se deu conta da hora, e se viu muito atrasada. Não vai conseguir chegar na agência da Caixa Econômica Federal a tempo de receber o seu cartão BF antes dos feriados de Natal. Como esta valiosa família vai realizar sua ceia, e pior, como vai comprar os doze presentes que Papai Noel trará para as crianças, que se comportaram tão bem durante o ano?

Não se preocupe, dona Irani! O que ela não sabe é que seu zeloso gerente CEF se apercebe deste terrível fato e coloca um funcionário a procurá-la, esteja aonde estiver. O funcionário, pouco se importando da hora extra que está fazendo às vesperas do Natal, sai, sem poupar esforços, em busca desta importante cliente e amiga.

Felizmente para dona Irani, e para o funcionário CEF do mês (que tenho certeza não é meu amigo Tatá, ele jamais se prestaria a tal papelão), e para o gerente orgulhoso do dever cumprido, e para os trinta milhões de beneficiados por esse programa maravilhoso, e porque não dizer para todos nós brasileiros, mas para um, em especial, esse ser divino que saiu de Garanhuns para transformar esse país numa verdadeira nação, dona Irani foi encontrada. Sua ceia de Natal está garantida e será repleta de felicidade, paz e muito amor. E de peru, também, que ninguém é de ferro.

Nunca na história deste país se viu um comercial tão piegas, populista, demagogo e tão descolado de qualquer noção de realidade.

Quando vi, há pouco, este comercial na televisão, quase vomitei no teclado do meu Dell. Lula ia ter que me agraciar com um bolsa-notebook novinho, senão perderia de vez meu voto. Voto este, que ele não nos ouça, jamais teve.