sábado, 28 de novembro de 2009

Duro teste para o teflon

A história começou de mansinho, quase perdida em meio a uma matéria supostamente maior sobre a cinebio do Lula. Um ex-militante e fundador do PT, César Benjamin, talvez indignado, talvez invejoso, nunca saberemos, com a "santificação" do "filho do Brasil" no filme, resolveu relatar um encontro social onde o presidente, em tom de troça, confidenciou aos participantes uma suposta tentativa de estupro que teria como algoz ele próprio, e como vítima um certo "menino do MEP", enquanto esteve 30 dias preso num daqueles chamados "anos de chumbo".

A primeira reação do Planalto foi, como era de se esperar, de indignação e repúdio. E de "tristeza" por parte do presidente, segundo um de seus principais assessores. Lula, talvez muito deprimido, até agora não abriu a boca sobre o assunto, o que, vamos combinar, não faz muito do seu feitio.

Logo veio à cena Paulo de Tarso, um dos caras que estavam na tal reunião. Em nota oficial confirmou sua participação no evento, mas disse que não lembrava da sórdida história relatada. Não negou em nenhum momento que ela não tivesse sido contada. Só alegou uma amnésia total, e a meu ver bem seletiva, sobre o tema.

É aí, como dizem os norteamericanos, que "the plot thickens". Silvio Tendler, outro confesso participante da malfadada reunião, este com uma memória bem mais apurada que a do outro, diz que se lembra sim, perfeitamente do comentário do então candidato a presidente, mas, segundo ele, tudo não passou de uma brincadeira, "como outras 300 que Lula fazia todos os dias".

Até agora, Lula continua calado sobre o assunto.

Vamos aos fatos. Seja verdade ou mentira a historinha contada pelo presidente, isso é de uma imundície sem fim. Que a história foi contada, disso já não temos nenhuma dúvida, a despeito da péssima memória de Paulo de Tarso. São duas pessoas a confirmá-la. A não ser que se trate de um estranho caso de alucinação coletiva, o fato relatado por César Benjamin ACONTECEU.

Sejamos condescendentes com o presidente. Imaginemos que Lula, sempre espirituoso, contou o lamentável episódio à título de piada. Nada daquilo ocorreu de verdade, ele só estava bancando o engraçadinho para entreter seus convidados. Agora digam-me uma coisa: tentar estuprar um "menino" numa cadeia parece engraçado a vocês? Alguém com alguma noção do ridículo, do certo e do errado, inventaria uma história dessas para se gabar ou para soar engraçado? Se este fato, por alguma tragédia do destino, acontecesse com algum de vocês, seja como ofensor ou ofendido, isso seria de alguma maneira motivo de piada? Façam-me o favor. Na melhor das hipóteses, Lula é um sujeito desclassificado, que faz graça com a desgraça alheia. Logo ele, que tanto se arvora a ser o grande defensor dos fracos e oprimidos.

Preciso detalhar a situação no caso da história contada por Lula ser verdadeira, não uma "piada"? Para mim, não seria uma surpresa. Só corroboraria o que sempre achei deste senhor. Um amoral, que se acha acima do bem e do mal, arrogante, prepotente, cujas mínimas regras de civilidade foram-lhe enfiadas goela abaixo por um bando de marqueteiros que o transformaram nesta coisa de ternos Armani e barba bem aparada que vemos se autoexaltando mundo afora.

Só quero ver se o eterno e aparentemente inexpugnável "teflon" do presidente vai resistir a mais essa. Como sempre, boa parte da imprensa e da oposição, se borrando de medo do poder e da popularidade do crápula, são benevolentes com ele, lhe dão todos os benefícios da dúvida, e se calam respeitosamente. Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém, é o lema destas pessoas. Querem um exemplo? Acessem os sites Globo.com e GloboOnline. Procurem lá uma só menção, na primeira página, a este caso escabroso. Não irão encontrar, pelo menos até a hora em que comecei a escrever este texto. Aparentemente eles não acham que isto seja notícia, pelo menos não uma de primeira página.

Esta covardia dá todo o tempo que a corja presidencial precisa para bolar suas mentiras, suas defesas escusas. Parece que ninguém neste país aprendeu nada com a história do "mensalão". E assim, fatalmente, o povaréu ignorante, devidamente subornado pelas bondades do Rei, a partir de janeiro, lotará as salas do cinema para verter lágrimas e votos para "o filho do Brasil". E para seus agraciados, nas próximas eleições.

Que vergonha tenho eu disto tudo.

2 comentários:

  1. Pelo SIM ou pelo não, é uma coisa bem ao feitio baixo nível desse "presimente" que ocupa o palácio temorariamente. Digo dessa forma para não ser mal educado com a galera q acompanha o blog. Pois na real, essa cara não passa de um dislumbrado, que é bem capaz de uma atrocidade dessas e sair se vangloriando depois.
    Ainda por cima me aparece na telona um "churrasquinho de mãe" desse tipo > Filho do Brasil< ! Caraca ! No mínimo na proxima "bolsa" vai vir meia dúzia de ingressos para assistir essa vergonhosa propaganda de um novo mártir ... PQP ! Um aculturado confesso passeando pela telona se fazendo ...
    Já dizia São Casoi, > " Isso é uma Vergonha !"

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  2. Errata
    Temporariamente ...
    Deslumbrado seria o termo correto, mas tratando-se de quem falamos, é "dislumbrado" meRmo ...
    Abç AG

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