terça-feira, 25 de agosto de 2009

Desaparecido

Sumi por inéditos quatro dias deste blog. Culpa de vários excessos em minha vida. Excessos de um fim de semana desnecessariamente exagerado. Que me resultou em um excesso de horas de insônia. Excesso de sono ontem e de trabalho hoje. Mas, especial e primordialmente, culpa do excesso de gols que o Bruno anda tendo que buscar dentro das redes do Flamengo, o que está tirando um pouco da minha alegria de viver. Enquanto o Fla continuar nesta míngua, está difícil de achar graça em alguma coisa. Não consigo ler um jornal ou site sequer que faça menção à esportes sem ter ganas incontroláveis de construir um artefato caseiro capaz de mandar pelos ares a metade da sede da Gávea que possui vista para a Lagoa. Para terem uma idéia, nem o Lula está conseguindo me irritar mais que o Flamengo. E olhem que ele tenta à vera, a todo momento.

Quando estou assim, me conheço, o melhor que faço é ficar quieto no meu canto. Antipático é muito pouco para o bicho que eu viro. Fico, essencialmente, calado. Muito calado. Diria até mudo, não fossem os eventuais resmungos e imprecações. Quando me obrigam a falar, a constituir frases, o que não é exatamente uma tarefa fácil, porque neste estado de mau humor tendo a ignorar as pessoas muito mais do que já faço normalmente, sou seco, sucinto, monossilábico. Quase rude. Por vezes, grosseiro. Posso chegar a intratável e corrosivo dependendo da pessoa que me aborda ou o tamanho da irrelevância do tema envolvido. Deve haver medicação para esse tipo de comportamento. Sugiro fortemente que as pessoas que estão obrigadas a conviver comigo descubram qual é o mais rápido que puderem. Se por acaso me recusar a tomar, autorizo aqui, por escrito, o uso da força. Vou saber entender depois que eu retomar a sanidade e a capacidade de conviver em sociedade.

Já que, por tudo aqui colocado, navegar pela internet ou assistir ao Sportv está fora de questão, busco no prazer solitário da literatura um alento para seguir vivendo. Estou lendo um livrinho safado de engraçado que recomendo em especial a meus amigos machos do sexo masculino:

É a história de um cara que, ao tomar um balão da esposa, despiroca geral e resolve tirar um ano sabático, fazendo o que todo homem que se orgulha das próprias calças deveria fazer pelo menos uma vez na vida: beber até cair na Irlanda; jogar até falir (ou até ganhar um troco, se der muita sorte) em Vegas; e trepar até a última gota na Tailândia. O autor é roteirista de sitcom na America; é um mestre, portanto, na arte de fazer rir a cada linha, usando e abusando de tiradas espertas e metáforas absurdas. Comecei a lê-lo no domingo, logo no intervalo do vexame contra o Avaí (sim, nem vi o segundo tempo, antevendo o desastre), e só não vou terminar hoje porque tem rodada dupla e episódio final de Fringe na Warner. Como nem só de letras e lágrimas vive um homem, dedicarei um pouco do meu exíguo tempo aos mistérios de JJ Abrams, bem acompanhado por alguns petisquetes de gente besta e birita de boa qualidade. Quem sabe acordo pela manhã com o humor renovado. E que ele dure pelo menos até a hora do patético Fla x Flu que será "disputado" à noite no Maraca.

2 comentários:

  1. Companheiro André Buck,

    não vi nenhum comentário sobre o "patético FLA x FLU". Por favor, nos presenteie com suas palavras simpáticas sobre tal prélio!

    Atenciosamente,
    Luiz Lula

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  2. Companheiro Lula, ando me recusando a tecer maiores delongas sobre o Flamengo. Conforme você leu no post, estou me tornando um cara potencialmente perigoso a meus próximos por culpa exclusiva da fase medonha do Fla. Achei melhor me afastar um pouco dessa história de futebol antes que alguém se machuque. Abraços, bom final de governo, e volte sempre ao LavAVal.

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