sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Not again...

Galera, o assunto agora é sério. Uma grave ameaça paira sobre nossas cabeças, e não é o teto da Igreja Renascer. Em seu site oficial, o A-Ha, impiedosa banda que nos impingiu inúmeros hits ultramelosos nas décadas de 80 e 90, avisou que virá ao Brasil, notadamente em Rio e Sampa, em março próximo. Tenham medo. Muito medo.

Em 1989, no auge do sucesso, estes caras fizeram um show na Praça da Apoteose, aqui no Rio. TODAS as mulheres da cidade quiseram ir, inclusive a minha, à época. Sob intensos e ruidosos protestos, me vi obrigado a acompanhá-la.

Nunca se viu uma Apoteose tão lotada, nem quando a Luma põe os peitinhos de fora no carnaval. Num dado momento do interminável show, aconteceu um apagão. Blackout geral, que durou apenas alguns breves segundos - infelizmente. Quando a luz voltou, a "banda" se entreolhava, atônita, até perceber o que tinha acontecido, e se recompôr, rapidamente. Nada de mais, se não fôsse um pequeno detalhe. Em nenhum momento a música parou. As milhares de moçoilas deslumbradas pela estonteante beleza dos nórdicos rapazes mal se aperceberam. Mas eu, sagaz, com meus ouvidos treinados e olhos de lince, saquei. Os safados estavam fazendo playback! Tentei, de uma maneira meio histérica e descontrolada, admito, alertar o povo. Não obtive qualquer sucesso. A massa, em estado de torpor e hipnose coletiva, não me deu ouvidos. Com medo se ser linchado, aquietei-me. Mas passei o restante do "show" de costas para o palco, em um solitário e infrutífero ato de protesto. Para piorar o impiorável, na volta para casa não havia nenhuma forma de transporte coletivo à disposição - ônibus, táxi, lotação, trem ou riquixás, não havia nada. Tivemos que voltar à pé, até Laranjeiras, atravessando um poluído e insalubre túnel Santa Bárbara. Além da exaustão física e psicológica, quase tive um enfisema pulmonar. Horas depois, finalmente em casa, tive que jogar a camisa que vestia fora, porque a fuligem que nela aderiu não desgrudaria nem com dois quilos de Vanish Poder O2.

Amaldiçoei este dia por anos após o ocorrido. Nunca perdoei minha mulher por me submeter a tal tortura. Desconfio seriamente que este tenha sido um dos motivos que acabaram com meu casamento, dezessete anos depois.

Faço votos que estas moças vikings travestidas de músicos desembarquem no Galeão e peguem a Linha Vermelha em dia de intenso tiroteio. Quem sabe assim desaprendem o caminho e não aparecem mais por aqui.

Um comentário:

  1. Urinei meu short de tanto rir. Na verdade vou tirar parte da culpa da Théo. Eu tinha acabado de ser efetivado na Texaco e não pude levá-los no meu bonde. Todos eram miseráveis e não tinham essa maravilha de meio de transporte, solução de todos os problemas do mundo: o carro.

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