quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Dia 3 - Avatar

Este álbum aí em cima, "Yessongs", foi um dos meus favoritos na adolescência. Sempre me referi a ele como "um baseado sonoro". Escutá-lo para mim era o equivalente a fumar um senhor beck. Fumar um, escutando-o, essa, então, era uma experiência quase transcedental. O tempo passou, o rock progressivo tornou-se apenas uma referência musical arqueológica. Ontem vi Avatar, em 3D. Senti-me ouvindo "Yessongs" novamente. E não falo somente de uma sensação "espiritual". As referências visuais de Avatar remetem diretamente aos trabalhos de Roger Dean, artista viajandão que desenhava as psicodélicas capas do Yes, tipo as da composição apresentada acima (capa, contracapa, e ilustrações internas deste memorável album triplo). Não sei se James Cameron é um fã do Yes. Talvez Roger Dean tenha até participado da concepção visual do filme, o cara está por aí, vivão, pelo que me conste. Se não participou, devia pensar seriamente em morder um capilé do Jim Cameron, acho difícil que esta identificação de estilos tenha sido mera coincidência.
Falando agora especificamente de Avatar. É, definitivamente, um trabalho de James Cameron. Impressionante, grandioso, visualmente belíssimo. Como cinema, avaliando roteiro, direção, atuações, estes "meros" detalhes que compõem um filme, dou nota 8 pra ele. É um bom filme. Como experiência cinematográfica, dou 10, com louvor e menção honrosa. Avatar é espantoso. Inacreditável. Inesquecível. É um marco na história do cinema no que diz respeito a efeitos visuais. Esta nova tecnologia 3D é espetacular. Fiquei assombrado em várias cenas. Num dado momento, parecia que as brasas e as cinzas do fogo que crepitava na tela estavam à minha volta, e se eu estendesse as mãos poderia senti-las. O universo "rogerdeaneano" criado por Cameron é tão crível e maravilhoso que se ele colocasse a venda pacotes de viagem para conhecer Pandora um monte de trouxa ia cair nessa.
Um amigo meu havia me aconselhado a, antes de ver Avatar, fumar unzinho (ou melhor, unzão). Pena que não segui tão sábio aviso. Teria sido uma viagem muito mais louca, realmente. Acho até que vou fazer isso, e levar o IPod carregado de "Yessongs". Meu avatar vai flutuar na cadeira do cinema.

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