terça-feira, 12 de maio de 2009

Exercício de prestidigitação

Mudar o regime tributário de caixa para competência ou vive-versa é perfeitamente normal. Empresas públicas e privadas podem e fazem isso o tempo todo. Fazer isso para obter save fiscal também é legítimo, desde que obedeça aos misteriosos caminhos da legislação em vigor. Alterar o regime tributário no meio de um ano fiscal, obter um save de mais de quatro bilhões, e ainda chegar a esse cálculo de forma retroativa, ou os contadores desta empresa formam alguma congregação de magia que eu desconheço, ou são muito ingênuos, ou se acham tão intocáveis, tão acima do bem e do mal, que resolveram fazer a merda deliberadamente sem temer qualquer tipo de sanção. A entrevista do presidente da Petrobrás nos deu uma pequena pista que a terceira opção é a mais plausível. Ele acha que a empresa fez tudo nos conformes e não merece qualquer tipo de admoestação pública sobre isso, nem da imprensa, nem do estado, nem de seus clientes e nem sequer de seus acionistas. E quando ele encerrou a coletiva só faltou chamar os repórteres para vê-lo andar sobre as águas, fazer o milagre da multiplicação dos peixes, transformar coca-cola em vinho e aproveitar para ressucitar um ou dois mortos nesse meio termo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário