domingo, 17 de maio de 2009

História sem graça

"Os Dez Mandamentos" tem 220 minutos de duração. "E o Vento Levou", 238. O filme que o Flamengo anda queimando já dura 288 longos e tenebrosos minutos. E não chegou ao final ainda. Deve ser o maior filme de terror da história. Comédia certamente não é, já que eu não estou achando graça nenhuma. Se bem que a furada ridícula que o Willians protagonizou ontem poderia estar tranquilamente inserida em qualquer filme do Charlie Chaplin ou Buster Keaton.

Infelizmente a patética sequência de insucessos rubropretos não é cinema, é bem real. Ou surreal, a contar pela inacreditável inabilidade do Josiel em conseguir colocar uma bola de 70cm de circunferência dentro de um enorme quadrado de 2,50 por 7,30m. Olhando por esse prisma, não parece ser tão difícil, certo? Existem até uns caras por aí que conseguem fazer isso umas trinta, quarenta vezes todo ano, e nem são tão bons assim.

O Cuca deu declaração dizendo que a culpa pelo mau resultado contra o Avai é toda dele. Olhem, se ele não tivesse nos dito, essa maluquice nem teria me passado pela cabeça. Que astúcia tem esse homem. É de dar inveja ao Chapolin.

Foram tantas coisas ruins no jogo de ontem que se eu destacasse apenas uma estaria cometendo uma grande injustiça. A indolência do Juan e do Ibson, por exemplo. Pareciam ter saído de uma churrascaria rodízio direto para o Maracanã. O Everton é notadamente um atacante muito perigoso. Para minhas coronárias e minha sanidade mental. É o pior tipo de jogador. Aquele que tem "potencial". Ele potencialmente é um craque, mas efetivamente é um cabeça de bagre. E, desafortunadamente, com este "potencial", ele vai enganar um monte de gente por um bom tempo. E já começou pelo Cuca. Mas se, realmente, tivesse que eleger um símbolo para o desastre, a honra iria para um novato que se acha o último Negresco do pacote. Esse sujeitinho chamado Erick Flores. Antes de meter a porrada no menino, quero deixar aqui uma coisa bem clara: ele não tem culpa nenhuma. A culpa é única e exclusivamente do jeito Flamengo de ser. Nós, da Nação, temos esta arrogância, este sentimento de superioridade técnica e moral que às vezes nos impede de enxergar algumas realidades. Quando se é um garoto, com alguma habilidade, e se tem a oportunidade de vestir o Manto, esse coisa toda pode subir mais à cabeça que uma jarra de Frozen Margarita. E este pivete Flores entrou em campo ontem achando que era o escolhido, o novo monstro sagrado. Quis resolver tudo sozinho, e errou tudo que tentou. Se eu sou o treineiro do time, esse moleque volta imediatamente para os juniores para aprender uma lição de humildade.

E pegaremos agora o Internacional no Beira-Rio. Que os deuses da bola tenham piedade das nossas almas.

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