sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Lembranças de guerra

Ando muito 80's nos últimos dias. Conversava na noite de ontem com um amigo sobre amenidades quando, sei lá porque, falamos do WAR, clássico jogo de estratégia da Grow que é sucesso há várias gerações. Eu era totalmente viciado nessa pôrra. E levava isso muito à sério. Os embates duravam uma eternidade. Um dos grupos com quem joguei se especializou tanto na parada que era quase impossível alguém sair vencedor. Lembro-me de um dia que, exaurido pela batalha que já durava trocentas horas, e um tanto pressionado por uma impaciente namorada, alguém (talvez até tenha sido eu, este ponto não está claro em minha deteriorada memória) pediu um cessar-fogo até o dia seguinte. Com alguma resistência, e após muita negociação, foi selado um acordo entre os generais, desde que se fizesse um censo detalhado de exércitos e ocupações, para garantir a lisura do combate que reiniciaria ao alvorecer. Algumas vezes a guerra ameaçava passar do tabuleiro à vida real. Um dado mal jogado, uma peçinha desaparecida, o caldo entornava, e as vias de fato só não aconteciam porque as forças de paz da ONU, mais conhecidas como a turma do deixa-disso, entravam em ação para apaziguar.

Bons tempos. Mais tarde, com a pressão exercida pelas companheiras, tivemos que migrar para jogos mais sociáveis como Master, Imagem & Ação, Perfil, e similares. Mas engana-se quem acha que estes jogos eram menos violentos que o War. Com seis casais jogando, homens contra mulheres, uma partida de Imagem & Ação pode se tornar uma batalha campal. Mas isso eu conto noutro dia.

P.S.: A foto acima é de uma das inúmeras versões modernas do jogo. A que eu jogava era aquela espartana, sem fru-frus, cuja capa era toda preta com as letras WAR gritando em branco no centro. Mas faz tanto tempo isso que acho que não há mais registro fotográfico fora de museus ou sítios arqueológicos.

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