sexta-feira, 12 de junho de 2009

Boas ecoidéias

À minha maneira, gosto de pensar que sou um cara com consciência ecológica. Para um cara de classe média de meia idade, produzo pouquíssimo efeito estufa. Não fumo cigarro (convencional, pelo menos), não tenho veículo automotor, meu consumo de produtos com CFC é quase zero. Também não sou de desperdiçar água: tomo banhos rápidos, lavo roupa na lavanderia, e até para beber, a maioria da água que ingiro normalmente vem acompanhada de álcool, malte, lúpulo, cevada... Meu consumo de papel também não é dos mais altos. No trabalho, não imprimo quase nada, e ainda implico com quem imprime coisas que poderiam perfeitamente ser lidas na tela. Jornais em papel, reduzi dramaticamente. E se o Kindle ou similar emplacar aqui no Brasil, certamente vou abolir revistas e livros em celulose. Se separasse o lixo para reciclagem, coisa que não faço, seria praticamente um Greenpeace ambulante.

Há algum tempo travo estimulantes conversas com um grande amigo meu sobre estas questões de preservação da natureza. Ele, além de sacar do tema muito mais do que eu, é um ecologista praticante e juramentado. Não sei como ainda não deparei com ele por aí sendo preso por tentar sabotar motores de automóveis, para ele o grande vilão da humanidade atualmente. Um ponto que sempre me bati com ele era que as pessoas só iam passar a se importar realmente com esta causa quando isso começasse a dar dinheiro. Não tenhuma nenhuma fé na raça humana. Por isso tenho tanta certeza que enquanto ser ecológico não der lucro, a coisa não vai pra frente. Um artigo publicado na revista Economist de hoje corrobora um pouco esta tese:

'Economist': Brasil deveria remunerar preservação na Amazônia

O trecho mais interessante, destacado pelo portal Globo.com:

"No momento faz sentido econômico cortar árvores. Então a segunda ideia para salvar as florestas se baseia em mudar incentivos econômicos, pagando as pessoas para que não cortem árvores. Como os países ricos já desmataram suas florestas enquanto se desenvolviam, parece justo que eles agora paguem parte deste custo."

Perfeito. Com este tipo de política aí passo a acreditar que possamos efetivamente ganhar sobrevida neste tão maltratado planetinha.

2 comentários:

  1. Realmente ... se mudarem a referência dos incentivos, para o não derrubar, isso passando a render um cascalho, ai a coisa pega e vai em frente ... Vc vê, o carrinh a ar já está dando as caras por menos q se divulgue, mas já é realidade e muito em breve vai ter frota de taxi a ar circulando por ai ... tudo pintadinho de amarelo.
    Hoje em dia não tem mais como barrar essa tendencia que vai virar palavra de ordem muito em breve, por mais que o Dick Chaney esperneie.

    ResponderExcluir
  2. André, no dia em que a sociedade cobrar o custo social marginal implícito no consumo de bens como o automóvel, eles ficarão proibitivos para a maioria da sociedade. Do jeito que está, levaremos 100 anos para mudar nossa estrutura produtiva e de consumo. Simplesmente por que ninguém tem coragem para taxar um sistema obsoleto. Pode botar uns 15% do total dos problemas climáticos na conta do automóvel. Não é o unico culpado mas ... tem uma boa parcela.

    ResponderExcluir